Noite Chuvosa


Sentir no rosto quente a chuva calma
Nem mesmo lágrimas para chorar
No ventre sinto a dor da amarga alma
Calar que lento chega a me tragar

Ajusto então o passo em pulso lento
E certo intento a morte a me embalar
Num réquiem interno o meu lamento
Contido espasmo perde-se no ar

Da clara lua espero um mero afago
E às estrelas peço um consolar
Mas aturdido e só apenas vago

Quem me sustenta em vida é o pensamento
Pois faz meu ser incerto aqui estar
Pensar se faz então meu grande alento

Heitor Victor

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